“Analisar a escola como espaço sócio-cultural significa compreendê-la na ótica da cultura, sob um olhar mais denso, que leva em conta a dimensão do dinamismo, do fazer-se cotidiano, levado a efeito por homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos, adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes na história, atores na história. Falar da escola como espaço sócio-cultural implica, assim, resgatar o papel dos sujeitos na trama social que a constitui, enquanto instituição”. (DAYRELL, 2005, p. 136).
“As desigualdades escolares são medidas a partir dos sinais de suas manifestações: as notas e apreciações produzidas pelos docentes, as taxas de repetência, a orientação para cursos pouco prestigiados (...) que sanciona as graves dificuldades escolares, o abandono definitivo do sistema escolar etc.” (LAHIRE, 2003, p. 984)
Por meio de uma análise histórica inovadora, o filósofo francês Michel Foucault viu na educação moderna atitudes de vigilância e adestramento do corpo e da mente.
O sociólogo francês Pierre Bourdieu detectou mecanismos de conservação e reprodução em todas as áreas da atividade humana, entre elas o sistema educacional.
O filósofo alemão Theodor Adorno afirmava que há um processo real na sociedade capitalista capaz de alienar o homem das suas condições de vida. A crise da educação seria, na verdade, a crise da formação cultural da sociedade capitalista como um todo.
Para Paulo Freire o objetivo maior da educação é conscientizar da situação de oprimido para agir em favor da própria libertação, e o da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.
O filósofo italiano Antonio Gramsci atribuía à escola a função de dar acesso à cultura das classes dominantes, para que todos pudessem ser cidadãos plenos.
Não chegando a fazer uma análise profunda da educação, o filósofo Karl Marx alegava que esta faria parte do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, estaria condicionada a tal processo.
“(...) a arquitetura escolar é também por si mesma um programa, uma espécie de discurso que institui na sua materialidade um sistema de valores, como os de ordem, disciplina e vigilância, marcos para a aprendizagem sensorial e motora e toda uma semiologia que cobre diferentes símbolos estéticos, culturais e também ideológicos”. (FRAGO e ESCOLANO, 1998, p. 26)